sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Eu tenho andado nessa onda beatnik, sacas...


Esse é um poema meu, se chama:

"Retorno"

Cá estamos nós, denovo,
Mas por um tempo pensei que aquela turba demaconheiros, sugadores de sangue homossexual
heterótrofos
havia escolhido dobrar à direita antes mesmo de chegar no cruzamento
que após se converte na inescapável Rótula da Vida
(pois o padrão de vida dos séculos recentes exige andar em círculos).
Mas ao sentir que estou quase chegando lá,
quebro todas as leis de trânsito
faço um retorno em plena Mauá de fim de tarde,
atropelo 3 pessoas (que eu amo)
perco a porta do carona,
me jogo do carro em movimento
e caio no colo da mais singela de todas as Alices
o meu patinho-feio
ela me guia numa viagem não-tripulada
pelo interior bucólico de suas entranhas carnívoras
e com sede de sangue surpreendentemente incrível
o último e mais prioritário de todos os desejos
Como a fênix tem que pegar fogo,
Pena que eu só consiga vê-la por entre
a Caixa Preta Fudamental de uma realidade surrealística demais para a minha paciência, que tento conservar
com meus remédios sub-linguais baratos
no nevoeiro de um final de semana fatídico.

Nenhum comentário: